quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Camilo



Camilo Castelo Branco grande escritor e romancista português é uma das maiores referências da literatura portuguesa. Todas as suas obras são dotadas de um cariz muito próprio, único que faz com que uma acabe por se revelar ainda mais fantástica que a anterior.
Toda a sua vida é fascinante e cheia de controvérsias que deliciam qualquer pessoa e que demonstram que um génio nem sempre tem uma vida de esplendor.
Pela sua obra, pela sua vida e pelo merecido respeito e louvor que Camilo conquistou pois hoje vemos o seu nome em ruas, edifícios, centros de estudo…, este blogue acaba por ser um pequeno louvor ao trabalho e à pessoa que Camilo revelou ser.

Biografia de Camilo

Camilo nasceu a 16 de Março de 1825 no largo do Carmo em Lisboa.
Desde muito novo a sua vida revela-se complicada quando com apenas dois anos fica órfão de mãe, Jacinta do Espírito Santo, que muito provavelmente era sua mãe ilegítima, pois nunca se encontraram registos, e em 1935 seu pai Manuel Joaquim Castelo Branco também acaba por falecer, tinha Camilo 10 anos e fica sozinho no mundo.
Orfão e sem ter quem o acolhe-se Camilo vai para Vila Real onde procura a sua vocação, frequentando várias escolas todas em áreas diferentes indo desde a academia politécnica até aos preparatórios do curso jurídico em Coímbra.
Em 1864, Camilo que havia entretanto se juntado com o seu grande amor Ana Plácido, instalam-se definitivamente em S. Miguel de Ceide, em Vila Nova de Famalicão (casa que se encontra hoje convertida em museu).
Camilo e Ana vêm a ter dois filhos mas ambos com graves problemas de saúde e por isso enfrentaram muitos problemas financeiros.
A preocupação pela familia fala mais alto, de forma que para garantir a sobrevivência da sua família Camilo passa a escrever por encomenda, tornando-se o primeiro escritor português a viver exclusivamente da literatura, mas torna-se uma espécie de “escravo” do trabalho literário. O seu trabalho ia desde o jornalismo à produção de livros que eram publicados a um ritmo alucinante: Amor de Salvação, A Queda Dum Anjo, Novelas do Minho, O Bem e o Mal, Eusébio Macário, A Corja…
Em 1888 Camilo começa a sentir os primeiros sinais de cegueira, e dez dias antes de morrer, confessa: "Sou o cadáver representante dum nome que teve alguma reputação gloriosa neste país, durante quarenta anos de trabalho. Chamo-me Camilo Castelo Branco e estou cego".
Camilo o grande homem e escritor que dedicou a sua vida aos amores e escritos não aguentou mais esta “partida” que a vida lhe pregou ao deixa-lo cego; a 1 de Junho de 1890 dá-se a tragédia: Camilo suicida-se.

A Queda de um Anjo

A Queda de um Anjo” de Camilo Castelo Branco, uma de tantas magníficas obras.
Só o título lança uma enorme curiosidade… Queda de um Anjo? De que poderá falar este livro?
Calisto Elói, morgado de Agra de Freimas, que vive em Caçarelhos é casado com sua prima Dona Teodora, com quem tem uma relaç
ão de respeito. Trata-se de um homem muito culto, aprendendo muito através das suas leituras de livros clássicos. Calisto de Barbuda é um indivíduo respeitoso, com velhos costumes e tradições de sua terra. Tem as suas ideias e opiniões bem definidas.
Porém quando vai trabalhar para Lisboa, pelo facto de ter sido eleito pelo povo de Miranda para os representar na Câmara de Lisboa, tudo isto muda.
O morgado de Agra de Freimas chega a Lisboa disposto a expor a sua não aprovação à luxúria, aos teatros, às injustiças, defendendo também o bom uso da Língua Portuguesa.
Calisto é bem sucedido na câmara, pelos seus discursos e pelas suas opiniões, tornando-se um homem de grande reputação em Lisboa. Com o passar do tempo, Calisto torna-se naquilo pela qual ele era contra, torna-se naquilo que tanto criticava, um homem cheio de luxúrias, de comportamentos desrespeitáveis.
Daí o nome Queda de Anjo, … Calisto é visto como um anjo, um homem generoso, com opiniões cultas, homem respeitador, que com o passar do tempo se transforma completamente, a sociedade e os seus materialismos fazem cair este anjo…a sociedade provoca a queda do anjo, ficando apenas a figura de homem.
É interessante ver como Camilo Castelo Branco julga a sociedade desta época, em como um homem das serras é influenciado pela cidade mudando os seus costumes: o seu comportamento, a sua maneira de vestir, a sua linguagem e até as suas opiniões, mas o pior ir contra os seus valores, ou seja, atravcés de uma personagem Camilo tenta transmitir-nos em como a sociedade de Portugal nessa atura era contagiada pelo materialismo
É um livro bastante interessante, com passagens cómicas. Este livro mostra-nos como uma pessoa pode ser influenciada pelo meio que a rodeia, mudando completamente a sua maneira de ser, ninguém pode pois dizer que se encontra imune aos devaneios, arrogâncias, da sociedade, da politica...





terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Opinião pessoal


O livro "A Queda de um Anjo" é uma obra clássica destinado a uma moral sobre os costumes e a influência do materialismo nas pessoas. É também um livro cómico, com partes bastantes engraçadas, no sentido de gozar um pouco com as personagens.
Nunca tinha lido um livro de Camilo Castelo Branco.. Decidi escolher este livro pelo título. Chamou-me a atenção. Do que se poderia tratar? É um título estranho mas bastante apelativo!
Mas confesso que no começo da minha leitura por este livro, a leitura por tal não me cativou.
Camilo utiliza uma linguagem à antiga, muito diferente da de hoje em dia. Visto que a linguagem era um pouco “estranha”, perceber a história do livro era um pouco complicado.
Mas depois com o avanço da leitura o livro foi-me cativando! A maneira como Camilo através de uma história mostra o facto de uma pessoa modesta com bons costumes vai mudando completamente ao longo do tempo com a sua estadia em Lisboa.
Acho engraçado como Camilo aplica um sentido irónico nas suas opiniões ao longo da história e em como ele visualizava a sociedade dessa época.
É um livro bastante interessante, uma história cheia de humor, com várias mudanças de atitudes e comportamento por parte de Calisto, vai tornando assim uma história bastante divertida mas com uma elevada carga de critica às pessoas que tal como Calisto se deixam levar pelo poder.


A minha parte preferida no livro refere-se à parte em que Calisto Elói se apaixona por Dona Adelaide. Aqui começa a “queda do anjo”. Calisto apaixona-se pela primeira vez. Ao principio mantém a sua postura de homem fiel e modesto. Sabia que era casado e que apesar de não sentir amor por sua mulher Dona Teodora respeitava-a profundamente. Mas Calisto não resiste e acaba por ficar perdidamente apaixonado. É engraçado ver como a relação dos dois vai crescendo, em como Calisto vai caindo em tentação. Calisto apaixona-se e vai começar a mudar de atitudes. A primeira reflexão dessa mudança nota-se na sua maneira de vestir. Ele anda com o mesmo tipo de calças desde que se tinha casado, mas com esta nova paixoneta Calisto reformula o seu guarda-roupa. Reflecte-se também na sua maneira de falar no parlamento, em que ele próprio já se contraria sobre aquilo pela qual ele achava incorreto. Achei extremamente engraçado à opinião de Camilo quando Calisto muda de roupa, o sentido irónico com que Camilo diz que as pessoas quando se apaixonam mudam de atitudes, de comportamentos e que Calisto Elói mudava de calças!

A linguagem

Hoje em dia a maioria dos jovens não têm como passatempo de tempos livres a leitura.
Aqueles que o fazem, na maioria dos casos leêm sobretudo livros relacionados com aventura, acção, muitos deles de autores estrangeiros. Esquecem-se completamente dos livos de antigamente, dos livros de autores portugueses, como o caso dos livros de Camilo Castelo Branco.
Optam por não escolher este tipo de livros pelo facto de as histórias possuirem menos acção, mas também pela linguagem em que estão escritos.
A linguagem de antigamente era bastante diferente da de agora. utilizava-se vocábulos bastante mais complicados, palavras "esquesitas" para os olhos dos jovens.
Isso acontece no caso das obras de Camilo Castelo Branco.
Camilo utiliza uma linguagem muito diferente da de agora. Utiliza expressões tipicamente antigas, com a utilização de vocábulos em latim.
São estes os factos que levam a que os jovens de hoje em dia não optem pela escolha destes livros. Para eles, estes são aborrecidos, sem o minimo de interesse.
Eu própria confesso que também tinha a mesma opinião antes de ler um dos livros de Camilo Castelo Branco. Logo na leitura das primeiras páginas do livro pensei em desistir de o ler, pois a linguagem utilizada é realmente bastante diferente. Isso torna a compreensão da história bastante mais dificil.
Mas apesar disso, esses livros são bastante interessantes, contém lições de moral bastante importantes e também possuem conhecimentos sobre a vida passada.
Camilo recorre bastante às lições de moral. Ele construía as histórias sobretudo com uma finalidade: criticar e julgar as atitudes da sociedade da sua época com um sentido irónico.