quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Queda de um Anjo

A Queda de um Anjo” de Camilo Castelo Branco, uma de tantas magníficas obras.
Só o título lança uma enorme curiosidade… Queda de um Anjo? De que poderá falar este livro?
Calisto Elói, morgado de Agra de Freimas, que vive em Caçarelhos é casado com sua prima Dona Teodora, com quem tem uma relaç
ão de respeito. Trata-se de um homem muito culto, aprendendo muito através das suas leituras de livros clássicos. Calisto de Barbuda é um indivíduo respeitoso, com velhos costumes e tradições de sua terra. Tem as suas ideias e opiniões bem definidas.
Porém quando vai trabalhar para Lisboa, pelo facto de ter sido eleito pelo povo de Miranda para os representar na Câmara de Lisboa, tudo isto muda.
O morgado de Agra de Freimas chega a Lisboa disposto a expor a sua não aprovação à luxúria, aos teatros, às injustiças, defendendo também o bom uso da Língua Portuguesa.
Calisto é bem sucedido na câmara, pelos seus discursos e pelas suas opiniões, tornando-se um homem de grande reputação em Lisboa. Com o passar do tempo, Calisto torna-se naquilo pela qual ele era contra, torna-se naquilo que tanto criticava, um homem cheio de luxúrias, de comportamentos desrespeitáveis.
Daí o nome Queda de Anjo, … Calisto é visto como um anjo, um homem generoso, com opiniões cultas, homem respeitador, que com o passar do tempo se transforma completamente, a sociedade e os seus materialismos fazem cair este anjo…a sociedade provoca a queda do anjo, ficando apenas a figura de homem.
É interessante ver como Camilo Castelo Branco julga a sociedade desta época, em como um homem das serras é influenciado pela cidade mudando os seus costumes: o seu comportamento, a sua maneira de vestir, a sua linguagem e até as suas opiniões, mas o pior ir contra os seus valores, ou seja, atravcés de uma personagem Camilo tenta transmitir-nos em como a sociedade de Portugal nessa atura era contagiada pelo materialismo
É um livro bastante interessante, com passagens cómicas. Este livro mostra-nos como uma pessoa pode ser influenciada pelo meio que a rodeia, mudando completamente a sua maneira de ser, ninguém pode pois dizer que se encontra imune aos devaneios, arrogâncias, da sociedade, da politica...





2 comentários:

  1. É impressionante como passados todos estes anos este livro é atual.

    ResponderEliminar
  2. Muito actual de facto! As grandes obras que retratam a sociedade portuguesa, penso que continuam bastante actuais!

    ResponderEliminar